Brasília, 27 de maio de 2025 – O governo federal anunciou um aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que já está em vigor e deve impactar desde compras no exterior até empréstimos e previdência privada. A mudança visa aumentar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões em 2025, mas enfrentou críticas do mercado e levou a um recuo parcial após pressão.
O que muda com o aumento do IOF?
As principais alterações incluem:
- Compras no exterior e remessas internacionais
- Alíquota unificada em 3,5% para transações com cartão de crédito internacional, débito, pré-pagos e cheques-viagem (antes variando entre 0,38% e 4,38%).
- Compra de moeda estrangeira em espécie teve aumento de 1,1% para 3,5%.
- Serviços como frete internacional também serão mais caros, podendo encarecer produtos importados.
- Crédito para pessoas e empresas
- Empréstimos para empresas terão alíquota máxima anual de 3,95% (antes 1,88%).
- Pequenas empresas do Simples Nacional pagarão 1,95% ao ano (antes 0,88%).
- Previdência privada (VGBL)
- Aportes mensais acima de R$ 50 mil passarão a ter cobrança de 5% de IOF, visando evitar uso como investimento por contribuintes de alta renda.
- Investimentos no exterior
- Inicialmente, o governo propôs taxar em 3,5% aplicações de fundos brasileiros no exterior, mas recuou após críticas, mantendo a isenção.
Impacto no dia a dia do brasileiro
- Viagens internacionais ficarão mais caras devido à alta no câmbio e taxação de cartões.
- Compras parceladas no cartão podem ter custo maior, afetando o varejo.
- Empresas enfrentarão crédito mais caro, possivelmente repassando custos aos consumidores.
- Produtos importados podem subir de preço devido ao aumento no frete internacional.
Reações e ajustes
O anúncio gerou forte reação do mercado, levando o governo a recuar na taxação de investimentos externos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão buscou evitar “especulações sobre controle de capitais”. Analistas criticam o impacto negativo no consumo e no crédito, enquanto o governo defende a medida como necessária para equilibrar as contas públicas.
Próximos passos
O Congresso deve analisar as mudanças, mas a expectativa é que as novas alíquotas sigam em vigor, com possíveis ajustes pontuais. Enquanto isso, especialistas recomendam que consumidores e empresas revisem seus orçamentos para adaptação.